A casa da Maria da Glória

Postado em setembro 5, 2015 por belblasi

Rio Negro é uma cidade do Paraná que faz fronteira com Santa Catarina, é só atravessar uma ponte.

Cidade formada por imigrantes alemães, poloneses, bucovinos… Minha família viveu e vive há muitos anos lá.

Minha mãe nasceu em Rio Negro e uma de suas melhoras amigas de infância é Maria da Glória Foohs, minha madrinha.

Maria da Glória Foohs é uma incansável pesquisadora e nesta busca formou um arquivo histórico considerável de fotos e documentos da formação da cidade e das famílias que vieram.

Ela vive nesta casa localizada no centro da cidade que originalmente foi construida para ser a residência do Sr. Nivaldo Xavier de Almeida, prefeito municipal de Rio Negro no período de 1928-1932. Ficou na família por décadas, e vinha sendo cogitada a demolição, fato que levou Maria da Glória a comprar a casa.

Infelizmente a data exata da construção e o autor do projeto são desconhecidos, mas o início da obra é por volta de 1927.

a casa fica em uma esquina

A entrada da casa com glicíneas de duas cores a branca e a lilás.

Na foto minha tia Regina Haenisch e Maria da Glória Foohs

o jardim

a sala principal

esta pintura mural é perfeita imitando uma “boiserie” e contorna toda a parede da sala principal.

as estruturas da casa são arcos em tijolos maciços e formam um amplo porão.

e vamos ficar torcendo para que seja tombada pelo patrimônio, ainda não é, infelizmente.

100 Anos de Lina Bo Bardi

Postado em dezembro 5, 2014 por belblasi

Achillina Bo Bardi nasce na Itália em 5 de dezembro de 1914. Arquiteta e designer por formação, vem para o Brasil em 1946, logo após a Segunda Guerra Mundial com Pietro Maria Bardi, crítico e historiador de arte. Em 1958 … Continuar lendo →

Diário de Viagem. África do Sul

Postado em dezembro 14, 2013 por belblasi

Cidade do Cabo

Adoro viajar e adoro mais ainda quando a viagem surpreende.

Expectativas são inevitáveis e o melhor da viagem é quando elas superam, assim foi a África do Sul.

A cidade do Cabo tem 4 milhões de habitantes, as desigualdades sociais são imensas como aqui no Brasil, acho que maiores ainda pelos anos de apartheid que ainda resiste principalmente no traçado urbano. As townships (favelas) são gigantes e se localizam ao longo das vias de acesso à cidade.

A cidade é plana e emoldurada pela Table Mountain que fica ao fundo como uma tela.

O porto da cidade foi revitalizado e o projeto Waterfront é um complexo que oferece hotéis, lojas, restaurantes, cafés, bares, escritórios e até residências.

O centro da cidade tem muitos edifícios do período colonial preservados e restaurados.

Paisagem urbana sem outdoors!

Na África do Sul existem 11 línguas oficiais, mas não senti dificuldade na comunicação. A maioria das pessoas são comunicativas, simpáticas e gentis e no final todos se entendem!

Observando a cidade da Table Mountain. Waterfront.

Waterfront com a Table Mountain ao fundo. Table Mountain com a table cloth (nuvens que a cobrem)

Residências e escritórios em Waterfront

A torre do relógio em Waterfront

Prédios do período colonial

Praças e cafés

Mercado Central das Flores

O colorido do bairro malaio

Township

Lixo é um luxo!

Postado em outubro 27, 2013 por belblasi

Transformar lixo em obra de arte vem sendo o trabalho de vários artistas e designers mundo afora. Mas aqui no Brasil temos dois exemplos marcantes: os irmãos Campana e Vik Muniz.

Os irmãos Campana são uma das maiores referências do design mundial. Suas peças são confeccionadas com todo o tipo de material: cordas, lascas de madeira, fios emaranhados de PVC, papelão, garrafas PET são alguns exemplos.

Nas peças dos Campana há um incrível trabalho artístico que vai além do design, por isso estão em Museus como o MoMa em New York e na Pinakothek der Moderne, em Munique. E agora no mês de outubro, eles inauguram o Café de L’Horloge no Museu D’Orsay em Paris, todo o mobiliário, luminárias e esculturas.

Cadeira favela (1991) toda confeccionada com a reutilização de sarrafos.

Cadeira Vermelha, marco do design mundial, integra coleção do MoMa.

Café de L’Horloge, Museu D’Orsay, Paris.

Mesa Brasília, homenagem a Niemeyer, feita de espelhos reciclados.

Vik Muniz artista brasileiro radicado em New York fez o seu trabalho mais impactante no lixão de Gramacho, baixada fluminense. Ali, ele durante dois anos trabalhou com o descarte de lixo e as pessoas que trabalhavam no local. Em 2010 foi lançado o filme chamado Lixo Extraordinário, ganhador de prêmios internacionais, mudou o olhar das pessoas para o lixo e a vida das pessoas que trabalhavam nele.

Meu lixão favorito:

Cobogó

Postado em outubro 14, 2013 por belblasi

Este é o nome do brasileiríssimo elemento vazado pré-fabricado de cimento inventado por engenheiros pernambucanos. O nome cobogó, vem das iniciais dos sobrenomes deles: Amadeu Oliveira Coimbra, Ernst August Boeckmann e Antônio de Góis.

Casa Moreira Salles, arquiteto Olavo Redig de Campos, 1949

Parque Guinle, Lúcio Costa. Os Edifícios começaram a ser construídos em 1948.

Elemento vazado, garante ventilação e iluminação natural no interior das edificações. Criado na década de 1930 foi popularizado pelos arquitetos modernistas como Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, substituindo a alvenaria como solução prática, funcional, leve e bela podendo ser usado tanto interna como externamente.

Casa Lagoa – Bel Blasi Arquitetura

Volta agora com força total principalmente na decoração e em vários tipos de materiais: resina, vidro, cerâmica e porcelana.

Casa Arquiteto Márcio Kogan

Lançamentos Recentes

Cobogó Cerâmica

E até em peças de design, como a mesa dos Irmãos Campana.

Mesa Irmãos Campana

Azulejos

Postado em outubro 3, 2013 por belblasi

Do Oriente ao Ocidente

Estes pedaços de cerâmica colorida vêm através de séculos ornamentando a arquitetura ocidental e oriental.

A palavra azulejo tem origem no árabe “azzelij” (ou al zulleycha) que significa pequena pedra polida e era usada para designar o mosaico bizantino. É comum relacionar o termo com a palavra azul, dado grande parte da produção portuguesa de azulejos se caracterizar pelo emprego desta cor. Mas a real origem da palavra é árabe.

Já no antigo Egito e na Mesopotâmia encontram-se azulejos, que vai penetrar na península ibérica no séc. XIV pelos mouros que levam consigo a origem do termo.

Com variantes técnicas o azulejo vai ser utilizado em países europeus, mas em nenhum outro com a abrangência de aplicação como em Portugal. Com a vinda da família real portuguesa para o Brasil, o uso do azulejo vai ser largamente usado nas fachadas dos casarios coloniais, e também recobrindo paredes internas de igrejas e conventos. Em São Luís do Maranhão temos o maior conjunto de casas com fachadas de azulejos, sendo alguns bem preservados.

Gran Bazar Istambul, Turquia

Detalhe azulejo fachada casa colonial São Luís do Maranhão.

Casa São Luís do Maranhão

Vários artistas e arquitetos vão utilizar o azulejo como elemento fundamental de sua obra. Na Europa Antonio Gaudi trabalha com maestria pedaços de azulejos que cobrem as fachadas de seus projetos arquitetônicos e até os pináculos da Sagrada Família, igreja magnífica até hoje inacabada em Barcelona.

Detalhe dos Pináculos. Sagrada Família, Barcelona, Antonio Gaudi

Parque Guell, Barcelona, Antonio Gaudi

Athos Bulcão, pintor e escultor, vai desenvolver seu trabalho junto com Niemeyer em Brasília, compondo grandes painéis em vários edifícios públicos e privados da cidade. Outra artista brasileira contemporânea é Adriana Varejão com obras nas principais exposições de arte nacionais e internacionais como a bienal de São Paulo, Tate Modern em Londres e MoMa em Nova York.

Athos Bulcão. Congresso Nacional, Brasília

Athos Bulcão. Painel Igrejinha N. Sra. de Fátima, Brasília

Adriana Varejão

Um graffiti foi usado pra preencher o espaço dos azulejos que caíram

Fachadas de Buenos Aires

Postado em setembro 21, 2013 por belblasi

Mi Buenos Aires querido
Cuando yo te vuelva a ver….
No habrá más penas ni olvido

Corrientes tres cuatro ocho
Segundo piso ascensor,
No hay porteros ni vecinos
Adentro cocktail y amor….

Juncal doce veinticuatro
Telefoneá sin temer
De tarde té com masitas
De noche tango y champán…

Fachadas de Buenos Aires

Encontro Buenos Aires recuperando a elegância de suas fachadas.
Cidade cheia de turistas brasileiros frenéticos na busca de bons vinhos, lãs, couros e a boa comida…
E os portenhos, na metade do século XX, no auge de sua prosperidade costumavam dizer que “Paris é a Buenos Aires da Europa”. Então é ir até lá e conferir!

Tijolos

Postado em setembro 4, 2013 por belblasi

Os vestígios mais antigos de tijolos datam de 7.500 a. C., foram encontrados em Çayönü, na Turquia.

Em descobertas recentes foram encontrados tijolos de 7.000 a 6.395 a.C. em Jericó.

Os tijolos foram uma invenção tecnológica importante, porque permitiu erguer edifícios resistentes à temperaturas e à umidade.

Por volta de 1.200 a.C., a fabricação de tijolos espalhou-se na Europa e na Ásia.

Os romanos adotaram também o tijolo, e ele foi um dos principais elementos construtivos do Império.

Durante o Renascimento e o Barroco as paredes passaram a ser revestidas.

A Revolução Industrial trouxe a produção em massa do tijolo, pequenas oficinas desapareceram para dar lugar a grandes fábricas.

A base mais comum para o tijolo é a argila, depois de ser extraída, normalmente do fundo de rios, passa por um processo de purificação, em seguida amassada com água e triturada, moldada e posta a secar ao sol. Para finalizar cozida em fornos, que usam como combustível lenha, pó de serragem, etc…

Casa Enxaimel

Aqui no sul do Brasil o tijolo foi usado nas construções enxaimel, método construtivo trazido pelos colonizadores alemães, esta é uma casa em Pomerode.